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A técnica de micropigmentação de sobrancelhas vem conquistando cada dia que passa mais e mais pessoas. Todo mundo sabe que um procedimento simples como até mesmo “tingir cabelo” pode ocasionar em um processo alérgico e portanto a Micropigmentação faz parte da lista de procedimentos que podem ocasionar uma possível alergia. Lembrando que o profissional deve orientar o cliente sobre os cuidados, para que assim possa manter a cor e o trabalho por um longo período. Entre esses cuidados já não é segredo que não se pode arrancar casquinhas e/ou crostas formadas pelo procedimento. Mas porque não pode? Vamos explicar nesse artigo sobre as possíveis complicações durante o processo de cicatrização após micropigmentação e como o profissional deve proceder. Um assunto que vai te surpreender ou que para muitos pode ser uma curiosidade, acompanhe!
Uma parte da população leiga acredita que adotar alguns tipos de procedimentos é o correto, quando na verdade pode prejudicar muito todo um processo, como é o exemplo da cicatrização na micropigmentação. A maioria das pessoas acreditam que quanto mais seco tiver o local após a micropigmentação é melhor para a cicatrização. É importante salientar que não é erro do profissional pois algumas escolas ensinam assim. O que muita gente não sabe é que um local muito seco, pode ser um erro grave, se acontecer isso dentro do processo de cicatrização de qualquer procedimento.
Uma vez feito a micropigmentação e forma crosta “seca” é sinal de que algo está errado, mesmo sendo um episódio que acontece com frequência. O ideal é que o local lesionado esteja úmido, a apresentação de crostas secas significam que o local ressecou e não recebeu a devida oxigenação de dentro para fora e portanto a regeneração ficará mais lenta.
Por isso é importante saber todas as funções da pele. Esse tecido quando formado serve para impedir a perda de líquidos pelo organismo. No curso eu explico sobre o tamponamento que acontece após o corte na pele, mesmo que superficial. É importante também o profissional de micropigmentação conhecer todos os processos de cicatrização na pele.
A cicatrização é a formação por uma nova pele que chamamos de diferenciação celular. As células que se encontram mais profundas tendem a se deslocar para a superfície com o objetivo de fechar a ruptura dos tecidos, esse processo acontece na renovação celular. As células vão se deslocando para cima e vão se diferenciando, assumindo novas características na tentativa de se igualarem com as demais. Para que todo esse processo ocorra com sucesso é preciso que a superfície esteja úmida. Nunca poderá deixar o local muito seco.
Portanto se durante um processo de cicatrização formar “casquinha” não é o ideal, e se “arrancar” é inaceitável pois causará uma nova lesão que ocasionará mais um processo de recuperação para o organismo administrar e além de tudo poderá comprometer todo o procedimento. Para isso existem produtos como os hidrogéis ou coberturas de absorção que facilitam a umidade desse tecido. Na atualidade, as pessoas não conseguem fazer nada que demanda tempo, então é importante orientar o cliente hidratar a região para então assim amenizar os possíveis danos.
Quanto mais rápida a cicatrização melhor a qualidade da cicatriz, ou seja, a nova pele será mais fina e mais parecida com a original.
Além da boa umidade da pele é preciso outros fatores para auxiliar a boa cicatrização como os cuidados como alimentação e hidratação adequados.
Outro importante cuidado durante o processo é na higienização desse tecido manter a temperatura da água igual a temperatura corporal interna entre 36, 5° e 37° C. Se caso não seguir esse cuidado fisiologicamente haverá um choque térmico e a interrupção do processo de mitose (duplicação natural de células). Isso implicará em uma demora de 40 minutos para área voltar a temperatura normal e mais cerca de três horas para a retomada do processo de mitose. A dica importante é higienizar o local com algodão umedecido com água filtrada e morna.
Entendam que o processo de renovação celular acontece naturalmente, e não necessita de produtos para acelerar o processo, é natural. No processo de cicatrização existem dois tipos: primeira intenção e segunda intenção.
>A cicatrização por primeira intenção é aquela em que há união das duas bordas ou que aproxime as duas bordas do ferimento.
>A cicatrização por segunda intenção é quando a ferida não aproxima as duas bordas como no caso de pacientes com escaras, como diabéticos, hipertensos, geralmente é utilizado cicatrizantes nesse segundo tipo de cicatrização, para paciente que tem dificuldade pois é um processo complexo que envolve fatores de crescimento, presença de citocinas, e vários tipos celulares e etc.
Portanto em condições normais não precisa ser utilizado cicatrizante para que a micropigmentação se cicatrize. Se por acaso uma micropigmentação não cicatrizar sozinha (no período esperado), provavelmente estamos diante de algum problema de saúde.
Os produtos cicatrizantes de “verdade” que fecham feridas, não podem ser comercializados sem prescrição médica, pois geralmente possuem antibióticos na formulação.
Qualquer produto utilizado com o ferimento na pele “fechada” não pode ser um cicatrizante, e sim algum tipo de produto com composição na fórmula para melhorar a cicatrização. Como é o exemplo de produtos cosméticos utilizados no pós em micropigmentação. Porque depois desse primeiro momento (fechar pele) o que espera é que o ferimento na pele pare de cicatrizar, pois se continuar cicatrizando poderá se transformar em uma “hipercicatrização” ou seja uma cicatriz hipertrófica. O ideal seria dizer que o produto serve para melhorar a textura da pele e não de fato para cicatrizar.
O verdadeiro e único cicatrizante só poderá ser recomendado por profissionais médicos para feridas que não se aproximam as bordas ou quando associado à algum quadro de infecção.
Se após o procedimento a região apresentar algum quadro de infecção ou seja o local tiver presença de inchaço e exsudato (liquido inflamatório) encaminhe essa cliente a um médico o mais breve possível e anote a fórmula do pigmento. Isso mesmo anote o que você utilizou na cliente, para a mesma levar para o profissional médico, para ele avaliar o que aconteceu. É importante o profissional se ater com informações relevantes e por mais que o produto seja inofensivo sempre procurar saber quais são os componentes da fórmula e se a cliente já teve algum caso de alergia. Sempre no meu curso oriento os alunos antes de fazer o procedimento de micropigmentação, fazer o “teste” antes (um ponto atrás da orelha).
Um profissional de micropigmentação tem que ter a responsabilidade profissional de orientar o cliente e não indicar pomada com antibiótico que seria de prescrição médica. O uso indevido de antibióticos sem que haja conhecimento pode agravar o caso, pois poderá gerar as “superbactérias” que seriam bactérias resistentes aos antibióticos. Muito cuidado, pode ser que a pomada que resolveu para uma cliente não seja a mesma para outra!
Conclusão! Outros produtos utilizados na estética servem para melhorar a cicatrização e não para de fato “cicatrizar”. Se uma pessoa tiver problema com a cicatrização, significa que algo não está normal, pois geralmente o organismo promove a cicatrização sem precisar de auxílio algum, somente de cuidados.
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Espero ter te ajudado.
Sucesso e beijos de luz.
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